No último mês, o sistema financeiro aberto, conhecido como Open Finance, deu um passo significativo em sua jornada para tornar o ecossistema financeiro nacional mais inovador e competitivo. Em uma medida publicada pelo Banco Central do Brasil, foram atualizados os requisitos que determinam a participação obrigatória das instituições financeiras na iniciativa.
A medida, que entra em vigor em janeiro de 2025, segue a lógica do órgão regulador de ampliar o escopo do Open Finance, mas com uma diferença em relação ao histórico recente: desta vez, não se trata de aumentar o escopo de dados, mas sim de expandir a cobertura do serviço para a população, garantindo que mais instituições façam parte do ecossistema.
O que mudou no Open Finance
A nova medida do Banco Central determina que todas as instituições financeiras com mais de 5 milhões de clientes deverão integrar o Open Finance a partir de 2025. Essa mudança aumentará a cobertura do sistema de 75% para 95%, de acordo com o próprio BC.
Além dos bancos tradicionais, segundo a InfoMoney, a atualização incluirá empresas como Ame Digital, PagBank, Inter, e as financeiras de grandes varejistas, como BanQi (Casas Bahia) e Realize Crédito (Renner), entre outras. Agora, todas essas instituições participarão da fase de compartilhamento de dados do Open Finance.
Estar próximo do dia a dia é um trunfo para as instituições
Com as novas instituições participantes, temos quase 100% da população que pode ser atendida pelo Open Finance. Além da cobertura em si, que é um grande sinal de avanço, o tipo de instituição e o contexto delas com seus clientes também agregam muito ao ecossistema.
Os grandes varejistas representam não apenas a parte financeira, mas o contato com a economia real e o dia a dia das famílias brasileiras. Muitos desses usuários são excluídos por instituições financeiras tradicionais e acabam desenvolvendo sua relação bancária com as financeiras desses varejistas, que por sua vez compreendem muito melhor a realidade dessa população.
Em geral, é seguro dizer que muitas instituições mais nichadas estão trazendo um público valiosíssimo para o Open Finance.
A disputa pela principalidade do cliente pode alcançar um novo nível, já que os dados transacionais de contas e cartões de nicho podem melhorar significativamente a capacidade de geração de ofertas personalizadas e ações de conquista por parte de fintechs, bancos e até mesmo outros varejistas.
Oportunidade para os brasileiros
Para os brasileiros, há várias oportunidades ao participar do Open Finance, especialmente para aqueles que concentram sua vida nessas instituições e não têm tantas ofertas do mercado tradicional. Essa mudança possibilitará e facilitará que esses usuários mostrem seu histórico financeiro a outras instituições, para que possam receber melhores ofertas e serviços.
O aumento da competição entre instituições é a premissa central do Banco Central para impactar positivamente a vida dos brasileiros. E esta mudança é mais um passo que reforça a evolução nessa direção.
Varejistas podem se beneficiar
Os varejistas podem se beneficiar dessas novas informações às quais terão acesso. Para muitos clientes, que usam parcialmente seus produtos financeiros, esta é uma oportunidade única de entender o consumo tanto em outros varejistas quanto em instituições tradicionais.
Para essas verticais financeiras de grupos varejistas, será possível entender, por exemplo, quais produtos financeiros seus clientes possuem contratados no mercado, para que possam aprimorar sua oferta de produtos, CRM, preços e parcerias. Trata-se de uma inteligência de mercado sem precedentes.
O importante, nesse momento, é desenvolver uma estratégia de aquisição de consentimentos que faça sentido para os usuários.
A diferenciação estará na inteligência de dados
Após conquistar essas informações, o grande diferencial será a forma como elas serão utilizadas. Receber milhões de extratos e informações de diferentes produtos e formular planos de ação a partir disso não é uma atividade trivial. É importante aprimorar a capacidade de navegar nessas informações, priorizar e tomar decisões estratégicas.
Contar com o apoio de empresas especializadas poderá fazer toda a diferença. A klavi é especialista em inteligência de dados e atua no Open Finance com grandes bancos, fintechs e também varejistas. Entre em contato e saia na frente no mercado.