Como a klavi chegou a 5 milhões de conexões no Open Finance em pouco mais de um ano?

Transformando dados bancários em inteligência aplicada e ampliando o acesso ao crédito no Brasil

Tempo de leitura: 5 min
5 min

4 de junho de 2025 (atualizado em 10 de junho de 2025)

Como a klavi chegou a 5 milhões de conexões no Open Finance em pouco mais de um ano?

O Open Finance surgiu com uma missão clara: devolver às pessoas o controle sobre seus próprios dados bancários. Mais do que isso, sua proposta sempre foi fomentar a concorrência, estimular a inovação e ampliar o acesso ao crédito. 

Trata-se de uma revolução em curso, e seus benefícios já começaram a aparecer. Mas, como toda transformação profunda, seu impacto ainda precisa atingir escala para alcançar todo o seu potencial.

Nesse sentido que temos trabalhado. Desde que começamos a conectar dados de extrato bancário no Open Finance, em maio de 2024, ultrapassamos a marca de 5 milhões de conexões. 

Só no mês de maio de 2025, foram mais de 800 mil pessoas compartilhando seus dados via klavi. E, desde o início dessa operação, estimamos que cerca de 1 milhão de pessoas conseguiram ter crédito aprovado a partir desse compartilhamento.

Para ilustrar o que isso representa, esse número é mais do que a população de cerca de 99,5% dos municípios brasileiros, incluindo capitais como João Pessoa, Cuiabá e Florianópolis.

O que está por trás desse crescimento?

Quando olhamos o mercado, fica evidente que o nosso crescimento não é fruto do acaso. 

Enquanto o Open Finance avança no Brasil, muitas empresas que operam nesse ecossistema há anos ainda enfrentam desafios para transformar dados em valor real para consumidores e instituições.

Nosso crescimento está diretamente ligado à capacidade de agregar valor aos dados de extrato bancário. Dados brutos, por si só, não são suficientes. É preciso estruturar, entender o comportamento financeiro e transformar esse conhecimento em soluções concretas.

Isso significa, por exemplo, entregar uma visão muito mais precisa sobre a capacidade de pagamento das pessoas, permitindo que empresas consigam tomar decisões de crédito mais assertivas, alcançar perfis que antes eram considerados invisíveis no mercado e até otimizar processos de cobrança de forma mais eficiente.

Dados que se transformam em resposta para o mercado

O impacto desse volume de dados não se limita à análise de crédito individual. 

Com mais conexões, a klavi consegue gerar inteligência sobre movimentos macroeconômicos e tendências de comportamento.

Foi isso que permitiu, por exemplo, a realização de estudos inéditos sobre o impacto da chamada taxa das blusinhas no comércio brasileiro. 

Com acesso ao comportamento de consumo diretamente nos extratos bancários, foi possível observar uma queda relevante nas transações relacionadas a marketplaces internacionais após a adoção da taxa. 

Não se trata de prever ou antecipar o mercado, mas de capturar, em tempo real, como ele efetivamente se comporta.

Outro exemplo vem do acompanhamento das bets

No ano passado, nosso estudo mostrou que uma parcela relevante das pessoas que buscavam crédito também destinava parte da renda a esse tipo de atividade.

Este ano, uma nova análise indicou que, em 2024, cresceu o número de pessoas inadimplentes que passaram a apostar online.

Essa informação, quando bem utilizada, permite que empresas ajustem modelos de risco e ofereçam condições mais justas, com uma visão muito mais aderente à realidade financeira das pessoas.

Ajudando o Open Finance a cumprir sua missão

O Open Finance não foi criado apenas para transferir dados entre instituições. 

Ele existe para democratizar o acesso a serviços financeiros, ampliar a concorrência e permitir que mais pessoas tenham acesso a crédito e produtos mais adequados às suas realidades.

Na prática, isso só é possível quando os dados são convertidos em inteligência aplicada

Ao analisar com profundidade os dados de extrato bancário, é possível capturar sinais que muitas vezes ficam invisíveis nos modelos tradicionais. Isso vale tanto para concessão quanto para recuperação de crédito.

No contexto de cobrança, por exemplo, compreender os fluxos financeiros das pessoas permite que credores saibam quando é mais provável que um cliente inadimplente consiga pagar uma dívida, ou mesmo identificar situações em que renegociar faz mais sentido para ambas as partes. 

Isso torna a recuperação não só mais eficiente, mas também mais humana e aderente à realidade financeira de cada pessoa. 

Por outro lado, no momento da concessão, os dados de extrato bancário revelam comportamentos que não aparecem em informações tradicionais como bureaus de crédito ou histórico bancário superficial. 

É possível identificar padrões de entrada e saída de recursos, picos de inadimplência pontual e até sinais de melhora financeira antes que eles apareçam em registros públicos.

Por que isso não aconteceu antes?

Essa é uma pergunta legítima. Afinal, se o Open Finance tem tanto potencial, por que não assistimos a essa transformação desde seu lançamento?

Parte da resposta está na dificuldade técnica de trabalhar com dados não estruturados, como aqueles que vêm dos extratos bancários. 

Outra parte vem de um desafio mais estrutural: transformar dados em modelos robustos, que sejam realmente acionáveis para crédito, cobrança e análise de risco.

Muitos players ficaram restritos a atuar como meros canais de transferência de dados. Nós escolhemos seguir outro caminho. 

Ao investir em tecnologia, ciência de dados e inteligência aplicada, conseguimos transformar o dado em contexto, e o contexto em decisões.

O dado como infraestrutura do crédito moderno

Nosso crescimento vai além do negócio: mostra que o dado de extrato bancário é peça-chave no crédito brasileiro.

Modelos tradicionais, muitas vezes, deixam de fora milhões de pessoas por falta de informações suficientes ou atualizadas. 

O Open Finance, quando bem utilizado, é capaz de preencher essa lacuna, desde que haja um compromisso real em transformar dado em valor.

É justamente isso que permite ao mercado caminhar para um modelo de crédito mais inclusivo, mais eficiente e, principalmente, mais alinhado à realidade financeira dos brasileiros. 

Um modelo em que as taxas de juros podem ser mais justas, os riscos são melhor precificados e mais pessoas conseguem acessar produtos adequados às suas necessidades.

E os próximos passos?

O avanço até aqui mostra que existe espaço para um modelo de crédito mais inteligente no Brasil. 

A klavi pretende seguir investindo em tecnologia, modelos preditivos e inteligência aplicada para que mais pessoas possam acessar crédito de qualidade e mais empresas consigam operar com menos risco e mais eficiência.

O dado de extrato bancário, antes subaproveitado, hoje se consolida como uma das principais ferramentas para construir esse futuro. Um futuro onde o Open Finance cumpre, de fato, sua missão: promover mais inclusão, mais concorrência e mais acesso.

A jornada continua. E queremos fazer parte da evolução do crédito no Brasil, ajudando o mercado a caminhar para um sistema mais eficiente, mais justo e que beneficie, de verdade, quem mais precisa.